⚠️ Aviso Importante
Este glossário de medicamentos tem caráter exclusivamente informativo e educacional.
As informações a seguir têm caráter educativo e não substituem consulta médica. O uso de qualquer medicamento deve ser sempre orientado por profissionais habilitados.
Letra E
1. Enalapril
Um dos anti-hipertensivos mais prescritos, especialmente eficaz em pacientes com insuficiência cardíaca ou hipertensão crônica.
- Nome comercial: Renitec, Eupressin
- Princípio ativo: Enalapril
- Classe terapêutica: Anti-hipertensivo (inibidor da ECA)
- Para que serve: Hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva
- Como funciona: Inibe a enzima conversora de angiotensina (ECA), promovendo vasodilatação
- Significado do nome científico: “En” = etilo + “ala” = alanina (aminoácido) + “pril” = inibidor da ECA
- História: Desenvolvido a partir do captopril para aumentar duração de ação e reduzir efeitos colaterais
- Descobridor: Merck & Co.
- Ano da descoberta: 1980
- Cuidados: Pode causar tosse seca, hipotensão e hipercalemia
2. Escitalopram
Um dos antidepressivos mais modernos e seguros disponíveis, da classe ISRS.
- Nome comercial: Lexapro, Exodus
- Princípio ativo: Escitalopram
- Classe terapêutica: Antidepressivo (ISRS)
- Para que serve: Depressão, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo
- Como funciona: Inibe seletivamente a recaptação de serotonina no cérebro
- Significado do nome científico: “Es” = enantiômero S ativo + “citalopram” = composto original
- História: Derivado do citalopram, isolando apenas o isômero mais ativo
- Descobridor: Lundbeck / Forest Laboratories
- Ano da descoberta: 2001
- Cuidados: Ajuste gradual na interrupção do uso
3. Esomeprazol
Inibidor de bomba de prótons usado no tratamento de problemas gástricos, como refluxo.
- Nome comercial: Nexium
- Princípio ativo: Esomeprazol
- Classe terapêutica: Inibidor da bomba de prótons (antiácido)
- Para que serve: Refluxo gastroesofágico, úlceras gástricas, esofagite erosiva
- Como funciona: Bloqueia a enzima H+/K+ ATPase, reduzindo a produção de ácido estomacal
- Significado do nome científico: “Es” = isômero S + “omeprazol” = base da molécula original
- História: Versão mais pura e eficaz do omeprazol
- Descobridor: AstraZeneca
- Ano da descoberta: 2000
- Cuidados: Uso prolongado pode causar deficiência de B12 e magnésio
4. Etinilestradiol
Hormônio sintético amplamente utilizado em anticoncepcionais hormonais combinados.
- Nome comercial: Ciclo 21, Diane 35 (em combinação)
- Princípio ativo: Etinilestradiol
- Classe terapêutica: Hormônio (contraceptivo)
- Para que serve: Prevenção da gravidez, controle de acne e distúrbios hormonais
- Como funciona: Imita o estrogênio, inibindo a ovulação e alterando o muco cervical
- Significado do nome científico: “Etinil” = grupo químico sintético + “estradiol” = hormônio natural
- História: Desenvolvido como forma sintética do estradiol para uso oral
- Descobridor: Schering AG
- Ano da descoberta: Década de 1930, amplamente usado a partir de 1960
- Cuidados: Pode aumentar risco de trombose; contraindicado em fumantes acima dos 35 anos
5. Eritromicina
Antibiótico clássico da classe dos macrolídeos, eficaz contra infecções respiratórias e de pele.
- Nome comercial: Ilosone, Pantomicina
- Princípio ativo: Eritromicina
- Classe terapêutica: Antibiótico (macrolídeo)
- Para que serve: Infecções respiratórias, dermatológicas e sexualmente transmissíveis
- Como funciona: Inibe a síntese de proteínas bacterianas ligando-se ao ribossomo 50S
- Significado do nome científico: “Eritro” = vermelho (cor do composto original) + “micina” = antibiótico microbiano
- História: Derivado da bactéria Streptomyces erythraeus
- Descobridor: Abbott Laboratories
- Ano da descoberta: 1952
- Cuidados: Pode causar náusea e problemas gastrointestinais
6. Espironolactona
Diurético poupador de potássio, também utilizado em distúrbios hormonais como a acne hormonal e hirsutismo.
- Nome comercial: Aldactone
- Princípio ativo: Espironolactona
- Classe terapêutica: Diurético poupador de potássio
- Para que serve: Hipertensão, insuficiência cardíaca, síndrome dos ovários policísticos
- Como funciona: Antagoniza a aldosterona, promovendo excreção de sódio e retenção de potássio
- Significado do nome científico: “Espiro” = estrutura química em anel + “lactona” = grupo funcional
- História: Desenvolvido como primeiro antagonista de aldosterona
- Descobridor: Searle Laboratories
- Ano da descoberta: 1957
- Cuidados: Pode causar ginecomastia e hipercalemia
Letra F
7. Fluoxetina
Um dos antidepressivos mais conhecidos e usados no mundo, foi o primeiro da classe ISRS a ser lançado, revolucionando o tratamento da depressão.
- Nome comercial: Prozac, Daforin, Eufor
- Princípio ativo: Fluoxetina
- Classe terapêutica: Antidepressivo (ISRS – inibidor seletivo da recaptação de serotonina)
- Para que serve: Depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), bulimia nervosa
- Como funciona: Aumenta os níveis de serotonina no cérebro, inibindo sua recaptação nos neurônios
- Significado do nome científico: “Fluox” = referência ao flúor + “etina” = sufixo comum aos ISRS
- História: Primeiro ISRS aprovado para uso clínico
- Descobridor: Eli Lilly and Company
- Ano da descoberta: 1974 (comercializado em 1987)
- Cuidados: Pode causar insônia, náusea e perda de apetite nas primeiras semanas
8. Furosemida
Um diurético potente usado amplamente para tratar inchaços e controle de pressão arterial, principalmente em doenças cardíacas.
- Nome comercial: Lasix, Neosemid
- Princípio ativo: Furosemida
- Classe terapêutica: Diurético de alça
- Para que serve: Edemas por insuficiência cardíaca, renal ou hepática, hipertensão arterial
- Como funciona: Inibe a reabsorção de sódio e cloro na alça de Henle nos rins, promovendo diurese intensa
- Significado do nome científico: “Furo” = grupo furano (estrutura química) + “semida” = sufixo diurético
- História: Desenvolvida como alternativa potente à acetazolamida
- Descobridor: Hoechst AG
- Ano da descoberta: 1962
- Cuidados: Pode causar desidratação, hipocalemia e hipotensão
9. Fenitoína
Um dos primeiros medicamentos eficazes para epilepsia, sendo ainda utilizado no controle de crises convulsivas.
- Nome comercial: Hidantal
- Princípio ativo: Fenitoína
- Classe terapêutica: Anticonvulsivante
- Para que serve: Convulsões tônico-clônicas, epilepsia, prevenção de convulsões após trauma craniano
- Como funciona: Estabiliza as membranas neuronais, bloqueando canais de sódio
- Significado do nome científico: “Feni” = grupo fenil (aromático) + “toína” = composto heterocíclico
- História: Desenvolvida como alternativa menos sedativa ao fenobarbital
- Descobridor: Heinrich Biltz (sintetizada), usada clinicamente por Tracy Putnam e H. Merritt
- Ano da descoberta: 1908 (uso clínico em 1938)
- Cuidados: Pode causar hipertrofia gengival, ataxia e reações dermatológicas graves
10. Fentanil
Potente analgésico opioide, até 100 vezes mais forte que a morfina, usado em casos de dor intensa e cirurgias.
- Nome comercial: Durogesic, Sublimaze
- Princípio ativo: Fentanil
- Classe terapêutica: Analgésico opioide
- Para que serve: Dor intensa aguda ou crônica, anestesia
- Como funciona: Atua nos receptores opioides μ (mu) no sistema nervoso central, bloqueando a percepção da dor
- Significado do nome científico: Derivado do grupo “fenil” + “anilina”
- História: Desenvolvido como um novo opioide sintético mais potente e de ação rápida
- Descobridor: Paul Janssen (Janssen Pharmaceutica)
- Ano da descoberta: 1959
- Cuidados: Altamente potente — risco de depressão respiratória e dependência
11. Fluconazol
Antifúngico de uso amplo, essencial no tratamento de candidíase e infecções fúngicas sistêmicas.
- Nome comercial: Zoltec, Candizol
- Princípio ativo: Fluconazol
- Classe terapêutica: Antifúngico (azol)
- Para que serve: Candidíase oral, vaginal, infecções por fungos sistêmicos (como criptococose)
- Como funciona: Inibe a síntese do ergosterol, componente essencial da membrana celular dos fungos
- Significado do nome científico: “Flu” = grupo flúor + “conazol” = classe de antifúngicos azólicos
- História: Desenvolvido como antifúngico sistêmico de amplo espectro
- Descobridor: Pfizer
- Ano da descoberta: 1982
- Cuidados: Evitar uso concomitante com certos medicamentos cardiotóxicos
Letra G
12. Glibenclamida
Um dos antidiabéticos orais mais antigos e acessíveis, usado amplamente no tratamento do diabetes tipo 2.
- Nome comercial: Daonil, Euglucon
- Princípio ativo: Glibenclamida
- Classe terapêutica: Antidiabético oral (sulfonilureia)
- Para que serve: Controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2
- Como funciona: Estimula a liberação de insulina pelas células beta do pâncreas
- Significado do nome científico: “Gli” = glicose + “ben” = benzeno (estrutura química) + “clamida” = grupo sulfonilureia
- História: Parte da segunda geração de sulfonilureias, mais potentes e com menor risco de efeitos colaterais que a primeira
- Descobridor: Hoechst AG
- Ano da descoberta: 1966
- Cuidados: Risco de hipoglicemia, principalmente em idosos ou com jejum prolongado
13. Gabapentina
Inicialmente desenvolvida como anticonvulsivante, tornou-se referência no tratamento da dor neuropática.
- Nome comercial: Neurontin
- Princípio ativo: Gabapentina
- Classe terapêutica: Anticonvulsivante / Neuromodulador
- Para que serve: Epilepsia, dor neuropática, síndrome das pernas inquietas
- Como funciona: Modula canais de cálcio no sistema nervoso, reduzindo a excitabilidade neuronal
- Significado do nome científico: “Gaba” = referência ao neurotransmissor GABA + “pentina” = cadeia química com cinco átomos de carbono
- História: Desenvolvida como análogo do GABA, embora não atue diretamente sobre seus receptores
- Descobridor: Parke-Davis (hoje parte da Pfizer)
- Ano da descoberta: 1975 (aprovada em 1993)
- Cuidados: Pode causar sonolência, tontura e, raramente, comportamento suicida
14. Gliclazida
Antidiabético oral de segunda geração, com ação mais seletiva e menor risco de hipoglicemia em relação a outras sulfonilureias.
- Nome comercial: Diamicron, Gliclin
- Princípio ativo: Gliclazida
- Classe terapêutica: Antidiabético oral (sulfonilureia)
- Para que serve: Diabetes tipo 2, especialmente quando associada a dieta e exercício
- Como funciona: Estimula a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas
- Significado do nome científico: “Gli” = glicose + “clazida” = estrutura química com cloro e anel azida
- História: Desenvolvida para ter ação mais prolongada e menor toxicidade
- Descobridor: Servier Laboratories
- Ano da descoberta: Década de 1970
- Cuidados: Monitorar níveis glicêmicos e função renal
15. Granisetrona
Potente antiemético utilizado especialmente em pacientes oncológicos que fazem quimioterapia.
- Nome comercial: Kytril
- Princípio ativo: Granisetrona
- Classe terapêutica: Antiemético (antagonista da serotonina 5-HT3)
- Para que serve: Náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia ou radioterapia
- Como funciona: Bloqueia receptores 5-HT3 no sistema nervoso central e trato gastrointestinal
- Significado do nome científico: “Grani” = estrutura química específica + “setrona” = inibidor do receptor de serotonina
- História: Desenvolvida como alternativa à ondansetrona com maior duração de efeito
- Descobridor: SmithKline Beecham
- Ano da descoberta: Final dos anos 1980
- Cuidados: Pode causar dor de cabeça e constipação; uso hospitalar comum
Letra H
16. Hidroxicloroquina
Medicamento originalmente antimalárico, hoje amplamente utilizado no tratamento de doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide.
- Nome comercial: Reuquinol, Plaquenil
- Princípio ativo: Hidroxicloroquina
- Classe terapêutica: Antimalárico / Imunomodulador
- Para que serve: Lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, malária
- Como funciona: Interfere na atividade imunológica e nos processos inflamatórios, além de afetar o parasita da malária
- Significado do nome científico: “Hidroxi” = presença de grupo hidroxila + “cloro” = cloro (elemento presente na molécula) + “quina” = derivado da quina, planta de origem
- História: Derivado da cloroquina, desenvolvida como opção com menos efeitos colaterais
- Descobridor: Introduzida pela Sterling Drug (EUA)
- Ano da descoberta: 1955
- Cuidados: Monitorar função ocular — risco de toxicidade retiniana em uso prolongado
17. Hidralazina
Um dos primeiros anti-hipertensivos de ação direta sobre os vasos, utilizado principalmente em emergências ou como coadjuvante.
- Nome comercial: Apresolina
- Princípio ativo: Hidralazina
- Classe terapêutica: Anti-hipertensivo vasodilatador
- Para que serve: Hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, insuficiência cardíaca
- Como funciona: Relaxa a musculatura dos vasos sanguíneos, promovendo vasodilatação e redução da pressão arterial
- Significado do nome científico: “Hidra” = relacionado ao hidrogênio + “lazina” = estrutura química da hidrazina
- História: Um dos primeiros vasodilatadores diretos eficazes para hipertensão
- Descobridor: Ciba (atual Novartis)
- Ano da descoberta: Década de 1950
- Cuidados: Pode causar retenção de líquidos e taquicardia; geralmente usada com diuréticos
18. Hidroclorotiazida
Um dos diuréticos mais prescritos no mundo, sendo parte do tratamento inicial da hipertensão.
- Nome comercial: Duran, Clorana
- Princípio ativo: Hidroclorotiazida
- Classe terapêutica: Diurético tiazídico
- Para que serve: Hipertensão arterial, retenção de líquidos, insuficiência cardíaca
- Como funciona: Inibe a reabsorção de sódio e água nos túbulos renais, reduzindo o volume sanguíneo
- Significado do nome científico: “Hidrocloro” = presença de hidrogênio e cloro + “tiazida” = classe química dos diuréticos
- História: Primeiro diurético tiazídico introduzido clinicamente
- Descobridor: Merck & Co.
- Ano da descoberta: 1958
- Cuidados: Monitorar níveis de potássio e sódio no sangue; pode causar hipocalemia
19. Haloperidol
Antipsicótico clássico ainda amplamente utilizado para o controle de surtos psicóticos, agitação extrema e delírios.
- Nome comercial: Haldol
- Princípio ativo: Haloperidol
- Classe terapêutica: Antipsicótico (típico / butirofenona)
- Para que serve: Esquizofrenia, transtornos psicóticos, delirium, agitação psicomotora
- Como funciona: Bloqueia receptores de dopamina (D2) no cérebro, reduzindo sintomas psicóticos
- Significado do nome científico: “Halo” = estrutura halogenada + “peridol” = parte da família das butirofenonas
- História: Desenvolvido como parte de uma nova geração de antipsicóticos nos anos 50
- Descobridor: Paul Janssen (Janssen Pharmaceutica)
- Ano da descoberta: 1958
- Cuidados: Pode causar efeitos extrapiramidais (movimentos involuntários), sedação e prolongamento do QT
As letras E, F, G e H do nosso glossário revelam um conjunto robusto de medicamentos que desempenham papéis centrais em diversas áreas da medicina moderna.
Na letra E, encontramos fármacos como o Enalapril, essencial no controle da hipertensão e insuficiência cardíaca, e a Espironolactona, com papel duplo como diurético e agente poupador de potássio. Medicamentos como Escitalopram e Esomeprazol ilustram o impacto da farmacologia na psiquiatria e no tratamento de distúrbios gastrointestinais.
A letra F traz compostos cruciais como a Fluoxetina, um marco nos antidepressivos modernos, e a Furosemida, pilar no manejo de edemas e insuficiências cardíacas. Fentanil, com sua potência analgésica, também destaca a complexidade do uso seguro de opioides.
Na letra G, ganham espaço medicamentos voltados ao controle do diabetes, como Glibenclamida e Gliclazida, além da Gabapentina, eficaz no alívio da dor neuropática e em distúrbios convulsivos. Esses fármacos evidenciam o avanço da medicina personalizada e o foco na qualidade de vida.
A letra H fecha esse ciclo com medicamentos amplamente utilizados e com grande relevância histórica, como a Hidroxicloroquina, de antimalárico a imunomodulador, e o Haloperidol, referência no tratamento de transtornos psicóticos há mais de meio século. Fármacos como Hidroclorotiazida e Hidralazina reforçam a importância da farmacoterapia no controle da pressão arterial.